Mestre em Psicologia do Envelhecimento pela USP.
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Artigos / Qual é o lugar do idoso ?
Autoria: Miriam Altman
Você já parou para pensar no lugar que o idoso ocupa na nossa sociedade? São senhores e senhoras que produziram, participaram da vida familiar ajudaram na construção de projetos e sonhos e da vida comunitária por muito tempo.
A velhice tem estado em pauta desde a antiguidade, mas só a partir do século passado foi possível consolidar a emergência do estudo do envelhecimento. Hoje em dia é uma área de pesquisa importante, pois a população idosa sofreu aumento significativo a partir dos anos 60.
O fato é que expectativa de vida aumenta a cada ano que passa, em função do desenvolvimento da medicina e da tecnologia. Aumenta-se a longevidade, não deveria a qualidade de vida aumentar também? Será que as pessoas e a sociedade estão preparadas para esta realidade?
Muitas dessas pessoas, homens principalmente, quando se aposentam, têm dificuldade de se inserir em alguma atividade produtiva e isso faz com que se sintam inúteis e fracassados.
O homem na nossa sociedade é definido e constrói a sua identidade na atividade do trabalho, quando se aposentam é como se tivessem perdido o chão, “a casa cai”. Culturalmente sua função é a de provedor da família e dificilmente conseguem encontrar outras alternativas, se esquecem que são pessoas, seres humanos que podem se ocupar com outras atividades, desenvolver gostos pessoais, desfrutar um pouco do que plantaram a vida inteira.
O processo de envelhecimento envolve várias mudanças. É um momento de vida delicado, assim como é a adolescência. As mudanças ocorrem tanto no nível físico quanto psíquico. A pessoa se depara com um corpo e uma mente em transformação, assim como com mudanças significativas na família. Estas vêm se tornando cada vez menores e o idoso já não é mais cuidado pelos familiares nem exerce mais o papel de antes.
Fatos como a viuvez e a perda da companhia dos filhos também estão presentes. Todos esses fatores contribuem para que o idoso se torne propenso a vivenciar crises, que podem se caracterizar como períodos de grande tensão, que envolvem acontecimentos vitais tais como perdas afetivas e/ou materiais.
A crise pode ter a ver com situações novas e desconhecidas, que despertam bastante angústia, e/ou vivencias de tristeza e depressão. É importante que todos esses fatores passem a ser considerados para que possamos deixar a postura de preconceitos e descriminação com relação ao idoso, podendo ajudar as pessoas a envelhecer sem perder a qualidade de vida.